Conselho de Juventude dos BRICS
Desde 2015, realiza-se a Cúpula de Juventude dos BRICS (BRICS Youth Summit), que reúne autoridades de governo e encontros mais amplos de delegações de juventude, incluindo a sociedade civil.
O BRICS representa a maioria da população mundial, sendo uma grande parte jovem e em idade ativa. Nesse sentido, o BRICS reconheceu desde cedo a importância das discussões das juventudes, tendo como principal marco o Memorando de Entendimento e Cooperação em Matéria de Juventude entre a Secretaria-Geral da Presidência do Brasil, a Agência Federal de Juventude Russa, o Ministério de Juventude e Esportes da Índia, a Federação de Juventude da República Popular da China e a Agência Nacional de Desenvolvimento da Juventude da África do Sul, assinado em 06 de julho de 2015.
O Memorando define que o seu acompanhamento e a Cooperação em Matéria de Juventude destes países BRICS será coordenada a partir de duas instâncias:
a) Reunião de Ministros e Autoridades de Juventude dos BRICS
b) Reunião Técnica de Juventude dos BRICS
Dessa maneira, desde 2015, têm sido realizadas essas reuniões, em eventos que se convencionou chamar de Cúpula de Juventude dos BRICS (BRICS Youth Summit).
No ano de 2023, sob presidência sul-africana, aprovou-se a instituição de um terceiro Fórum: o c) Conselho de Juventude dos BRICS, formado por uma representação governamental do órgão gestor de juventude e uma representação da sociedade civil por país.
Para além das instâncias que envolvem os órgãos oficiais de juventude, com o tempo outras iniciativas, lideradas por instituições privadas, ONGs ou por agências estatais foram lançadas, como o "InterYES!" Internacional Youth Forum on Public Diplomacy, BRICS Youth Energy Summit, BRICS Youth Camp, "BRICS to You" International Youth Volunteer Conference, International BRICS Youth Business Incubator.
O BRICS tem discutido modelos de desenvolvimento que sejam inclusivos às juventudes e que as compreendam como parte estratégica do avanço tecnológico, científico, produtivo e político dos países do Sul-Global. No mesmo caminho, o grupo vem refletindo sobre o impacto das novas tecnologias e da inteligência artificial no mundo do trabalho e na vida dos jovens.
Complementarmente, uma vez que a qualidade de vida da população jovem impacta o presente e o futuro da sociedade, pode-se discutir caminhos ao bem-viver da geração jovem – especialmente nos países do Sul-Global -, considerando a saúde mental, a relação com o meio ambiente e o acesso à educação, à renda e a políticas públicas.
Nesse sentido, acredita-se que o BRICS pode avançar sobre formas de financiamento de políticas de juventude e programas nacionais que impactem as pessoas jovens, envolvendo bancos de desenvolvimento, políticas de fomento, fundos e intercâmbio de boas práticas e de arranjos institucionais da política de juventude. Ainda, o BRICS pode impulsar programas de cooperação, de transferência tecnológica e de intercâmbio acadêmico a partir das juventudes, das organizações juvenis e de empresas lideradas por jovens.
Além do mais, o BRICS pode apresentar propostas de formação para que as juventudes ocupem espaços de liderança e sejam mais exitosas que gerações anteriores no enfrentamento às desigualdades internas dos países do globo e às desigualdades entre as Nações, combatendo sistemas de exploração e de relações coloniais. Consequentemente, o grupo pode contribuir com uma nova governança global que reconheça a juventude como sujeito de direitos e como voz necessária no sistema internacional.
Durante a presidência do Brasil, a agenda de juventude do BRICS priorizará os seguintes eixos temáticos:
1. Educação e Cooperação Internacional (foco nas IES);
2. Empreendedorismo Jovem;
3. Ciência, Tecnologia, Inovação, Inteligência Artificial e as novas tecnologias;
4. Participação Social, Trabalho Social e Voluntariado;
5. Desenvolvimento, combate à fome e às desigualdades;
6. Saúde e Esportes.
7. Juventudes, meio ambiente e sustentabilidade