Aliança Empresarial de Mulheres do BRICS discute avanços e prioridades para fomentar liderança feminina
Encontro, que acontece no dia 4 de julho no Museu de Arte do Rio, marca encerramento das atividades de Grupos Temáticos sob a presidência brasileira do grupo

A Aliança Empresarial de Mulheres do BRICS (WBA, na sigla em inglês) realiza na próxima sexta-feira, 4 de julho, sua plenária anual, evento que antecede o Fórum Empresarial e a Cúpula de Chefes de Estado do BRICS. O encontro reunirá lideranças empresariais dos países membros no Museu de Arte do Rio (MAR), consolidando os trabalhos conduzidos pelos grupos temáticos da Aliança ao longo da presidência brasileira do grupo em 2025.
A WBA tem como missão promover a inserção econômica das mulheres e fomentar a cooperação entre empresas lideradas por mulheres nos países do BRICS, com foco no desenvolvimento sustentável, na redução das desigualdades e na ampliação do protagonismo das economias emergentes no cenário internacional.
Segundo dados da Organização Mundial do Comércio, 15% das empresas que atuam internacionalmente são lideradas por mulheres. O Women Entrepreneurs Finance Initiative (WE-FI) aponta que apenas um terço das pequenas e médias empresas no mundo é liderado por mulheres — e 70% dessas empresas enfrentam obstáculos significativos no acesso a crédito, redes de apoio e capacitação. A baixa presença feminina no empreendedorismo nos países do BRICS reflete um cenário marcado pela informalidade, normas culturais restritivas e dificuldades de acesso ao crédito. Na Índia, por exemplo, menos de 1% das mulheres é de empreendedoras formalizadas; na África do Sul, apenas 22% das empresas são lideradas por mulheres (BRICS Women's Development Report 2024).
Essa realidade vai ao encontro do cenário nacional apresentado pelo estudo "Mulheres no Comércio Exterior – uma análise para o Brasil", divulgado em março de 2025 pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Mesmo com avanços, como o aumento na participação feminina em empresas exportadoras brasileiras, de 29,2% para 31,8%, e em importadoras, de 32,5% para 34,7%, apenas 14,5% das exportadoras possuem maioria feminina no quadro societário, e só 2% do total exportado pelo Brasil provêm de empresas lideradas por mulheres.
Assim como ocorre com o BRICS, a WBA tem uma presidência rotativa, liderada pelo governo do respectivo país à frente do grupo no período de um ano. Em 2025, enquanto o governo brasileiro preside o agrupamento, a CNI mantém a secretaria executiva tanto do Conselho Empresarial do BRICS (CEBRICS) quanto da Aliança Empresarial de Mulheres do BRICS (WBA) — com a coordenação de agenda, ações e apoio à presidência brasileira.
A programação da plenária contará com a presença das representantes dos capítulos nacionais da WBA:
▪ Anna Nesterova, WBA Chair da Rússia
▪ Zhao Haiying, WBA Chair da China
▪ Marianne Ghali, WBA Chair do Egito
▪ Lebogang Zulu, WBA Chair da África do Sul
▪ Azam Karami, representante WBA do Iran
▪ Irawati Hermawan, WBA Co-Chair da Indonésia
▪ Feryal Ahmadi, WBA Chair dos Emirados Árabes Unidos
A WBA aposta na liderança feminina para fortalecer o BRICS
Em 2025, a presidência global da WBA está sob liderança da brasileira Mônica Monteiro, vice-presidente comercial e de novos negócios do Times Brasil – licenciado exclusivo da CNBC no país. A Aliança é estruturada em seis grupos de trabalho dedicados aos seguintes temas: saúde, desenvolvimento inovador, economia inclusiva, indústria criativa, turismo e segurança alimentar e meio ambiente.
Para Monteiro, a WBA cumpre papel estratégico no fortalecimento do BRICS e na construção de pontes globais por meio da liderança feminina. “O BRICS representa o equilíbrio de que o mundo precisa. As mulheres simbolizam conciliação e unidade em tempos de extremismo. Temos a oportunidade de transformar realidades e gerar impacto positivo por meio dos negócios”, afirma.
Sob o lema “Construindo Pontes Globais: Mulheres Fortalecendo as Fronteiras Econômicas do BRICS”, a atuação da WBA em 2025 se organizou em quatro frentes principais:
Promoção de Negócios (encontros para promover negócios entre empresas lideradas por mulheres; uma nova edição do Concurso de Startups Femininas do BRICS — competição para identificar e promover essas empresas nos países membros)
Desenvolvimento de Recomendações Políticas (reuniões on-line dos grupos de trabalho do BRICS; entrega de recomendações de políticas públicas aos chefes de estado)
Projetos de Cooperação (foco em projetos de economia criativa)
Integração de Novos Membros (garantia do engajamento das equipes dos novos países membros do BRICS)
Oportunidades de negócios e inserção feminina no contexto BRICS
De acordo com dados do governo brasileiro, os países do BRICS representam 48,5% da população mundial, 36% do território do planeta, 40% do PIB global e 21,6% do comércio (TradeMap, Banco Mundial). A corrente de comércio do Brasil com o BRICS totalizou US$ 210 bi, representando 35% do total em 2024. BRICS foi o destino de US$ 121 bi das exportações brasileiras, representando 36% do total exportado pelo Brasil em 2024 e foi a origem de US$ 88 bi das importações brasileiras, representando 34% do total importado pelo Brasil no mesmo ano (ComexStat).
Credenciamento Imprensa:
Veículos interessados em cobrir a plenária da WBA, enviem os dados dos profissionais (documentos, nomes, contatos) para o e-mail: imprensa@cni.com.br até 03/07 às 10h da manhã.