BOLETIM BRICS BRASIL

Boletim BRICS Brasil #38 - Cultura e clima: BRICS amplia cooperação e destaca papel do setor cultural como motor do desenvolvimento sustentável

Ministros do BRICS ampliam alianças culturais como pilar para desenvolvimento sustentável, defendem a repatriação de bens culturais, economia criativa e ações culturais frente à crise climática. Ouça a reportagem e saiba mais.

Reunião do BRICS aprova "Declaração de Brasília", reforçando a cultura como pilar para governança global inclusiva | Foto: Rafael Medelima
Reunião do BRICS aprova "Declaração de Brasília", reforçando a cultura como pilar para governança global inclusiva | Foto: Rafael Medelima

Reportagem Leandro Molina / BRICS Brasil

Repórter: A 10ª Reunião dos Ministros e Ministras da Cultura do BRICS, realizada no Palácio Itamaraty, em Brasília, marcou um novo capítulo na cooperação cultural entre os países do grupo com a aprovação de uma declaração conjunta. O documento, intitulado "Declaração de Brasília", reflete os consensos alcançados pelos países-membros do BRICS e estabelece diretrizes ambiciosas para os próximos anos. Os ministros reiteraram o papel da cultura como um motor de crescimento econômico, inovação e coesão social, como destaca a ministra da cultura do Brasil, Margareth Menezes.

Margareth Menezes: O lema da presidência do Brasil dos BRICS, fortalecendo a cooperação do sul global para uma governança mais inclusiva e sustentável, nos convida a posicionar a cultura como vetor de desenvolvimento econômico, social e sustentável. O presidente Lula tem reiterado sua visão de um BRICS como espaço de diversidade, diálogo e com possibilidade de trabalharmos juntos em prol de objetivos comuns no enfrentamento dos desafios contemporâneos.  

Repórter: A declaração reconhece que o setor cultural e criativo representa um componente estratégico na geração de emprego, renda e habilidades inovadoras. A questão da repatriação de bens culturais roubados ou levados de seus países de origem em contextos coloniais e de conflito também ocupou lugar de destaque na declaração. Os ministros reafirmaram que a devolução desses acervos é uma condição para a justiça histórica, como destacou o ministro de Esportes, Artes e Cultura da África do Sul, Gayton McKenzie.

Gayton McKenzie: Nosso posicionamento reflete a crescente articulação entre os países do Sul Global em torno da defesa de seus patrimônios culturais. A razão pela qual isso é importante para nós não se limita ao aspecto financeiro de trazer de volta os artefatos e os bens roubados de nosso país. Tem a ver com dignidade.

Repórter: Durante a reunião, o embaixador Laudemar Aguiar Neto, secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura do Itamaraty, reforçou a visão do BRICS como um agente transformador da ordem global. 

Laudemar Aguiar Neto: Os países que compõem o BRICS compartilham não apenas uma posição estratégica no sistema internacional, mas também uma inspiração comum, reformar as estruturas globais para torná-las mais justas, representativas e inclusivas. O BRICS tem legitimidade, pluralidade e densidade política para atuar como catalisador de uma nova ordem global, mais equilibrada, menos excludente e verdadeiramente multilateral.

Repórter: A declaração será formalmente apresentada na Cúpula de Líderes do BRICS em julho, onde os presidentes e primeiros-ministros dos países-membros deverão endossar as diretrizes aprovadas pelos ministros da Cultura.