BOLETIM DE RÁDIO BRICS BRASIL

Boletim BRICS Brasil #43 - Programas de educação e combate à pobreza previnem o terrorismo, aponta grupo do BRICS

BRICS destaca educação e combate à pobreza como essenciais contra terrorismo. ABIN liderou debates do Grupo de Trabalho de Contraterrorismo do BRICS sobre tecnologia, financiamento e desradicalização, reforçando cooperação internacional. Ouça a reportagem e saiba mais.

Grupo de Trabalho de Contraterrorismo do BRICS, coordenado pela ABIN, defende cooperação na construção de capacidades para enfrentamento ao extremismo violento / Foto: Rafa Neddermeyer/Brics Brasil/PR
Grupo de Trabalho de Contraterrorismo do BRICS, coordenado pela ABIN, defende cooperação na construção de capacidades para enfrentamento ao extremismo violento / Foto: Rafa Neddermeyer/Brics Brasil/PR

Por Luciana Marques e Leandro Molina

Repórter: Após três dias de discussões em Brasília/DF, o Grupo de Trabalho de Contraterrorismo do BRICS concluiu que a promoção à educação e o combate à pobreza são fundamentais para o enfrentamento ao terrorismo, que explora minorias e regiões mais vulneráveis para manter suas atividades. O GT é coordenado pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). 

Para o grupo, o financiamento ao terrorismo é ameaça internacional à paz e segurança das pessoas, que leva à desestabilização econômica e social e, por isso, a necessidade de medidas preventivas. Há preocupação especial com crianças e outros membros da família expostos a contextos sociais desfavoráveis. A diretora do Departamento de Inteligência Externa da ABIN e chefe da delegação brasileira do GT de Contraterrorismo, Ana Ribeiro, destacou que a resposta dos Estados precisa estar em constante adaptação e atualização considerando as rápidas mudanças de estratégias, métodos e táticas de grupos terroristas e movimentos associados ao extremismo violento. 

Ana Ribeiro: Então, a gente propôs primeiro a construção de uma matriz de ofertas e demandas de capacitação por parte de todas as delegações. E para além disso, a gente apresentou a evolução que o Brasil tem feito em relação ao estabelecimento de balizas metodológicas e analíticas para análise e a perspectiva do Estado em relação ao fenômeno do extremismo violento. 

Repórter: A reunião também abordou as tendências globais do terrorismo, com ênfase no uso de tecnologias emergentes por grupos extremistas. A inteligência artificial, por exemplo, tem sido amplamente utilizada para recrutamento e propaganda terrorista, como alerta a diretora Ana Ribeiro.

Ana Ribeiro: A gente tem a inteligência artificial sendo incorporada às atividades de propagandas de recrutamento das organizações terroristas de uma maneira muito forte nos últimos anos. Isso foi discutido na reunião. E por outro lado, a gente também discute como o Estado pode se valer dessas tecnologias para também aumentar as suas capacidades. 

Repórter: Walid Elfiky, chefe da delegação do Egito no GT de Contraterrorismo, avaliou positivamente as discussões realizadas na reunião, e reforçou a necessidade de ações conjuntas contra o terrorismo e o extremismo. 

Walid Elfiky: O terrorismo não tem religião, nem pode ser associado a uma cultura ou região específica. Nesse sentido, o BRICS — composto por nações diversas — tem a capacidade de desenvolver estratégias eficazes que possam ser levadas a instâncias globais, como as Nações Unidas. 

Repórter: A ABIN continuará trabalhando na consolidação das propostas aprovadas na reunião em Brasília. A ideia é que, até o próximo ano, esses mecanismos estejam plenamente operacionais, fortalecendo a cooperação entre os membros do BRICS no enfrentamento ao terrorismo.