BOLETIM BRICS

Boletim BRICS #05 - Embaixador Mauricio Lyrio destaca prioridades do Brasil no BRICS e desmistifica criação de nova moeda

Em coletiva de imprensa, o embaixador Maurício Lyrio, sherpa do BRICS pelo Brasil, detalhou as prioridades da presidência brasileira no grupo e desmistificou rumores sobre a criação de uma moeda comum do grupo. A conversa antecede a Reunião de Sherpas do BRICS, que ocorrerá nos dias 25 e 26 de fevereiro, em Brasília. Ouça a entrevista e saiba mais.

Embaixador Maurício Lyrio destaca prioridades e reforça que o Brasil tem uma agenda ambiciosa para sua presidência no BRICS | Foto: Ascom Ministério das Relações Exteriores
Embaixador Maurício Lyrio destaca prioridades e reforça que o Brasil tem uma agenda ambiciosa para sua presidência no BRICS | Foto: Ascom Ministério das Relações Exteriores

Por Leandro Molina | leandro.molina@presidencia.gov.br 

Repórter: O embaixador Maurício Lyrio, sherpa do BRICS pelo Brasil, apresentou as prioridades da presidência brasileira no grupo. As informações apresentadas antecedem a Reunião de Sherpas do BRICS que ocorrerá nos dias 25 e 26 de fevereiro, em Brasília. No dia 26 há previsão da participação do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Vamos acompanhar alguns trechos da entrevista. Primeiro sobre a importância do grupo do BRICS.

Maurício Lyrio: Só na questão populacional, o BRICS reúne 48,5% da população mundial, ou seja, é praticamente metade da população mundial. Em termos de produto econômico, de PIB, dá mais ou menos 40% do PIB mundial. O BRICS é fundamental, eu diria hoje, no crescimento da economia mundial.

Repórter: Maurício Lyrio ressaltou que o BRICS não só beneficia os países em desenvolvimento, mas também contribui para a economia global.

Maurício Lyrio: Em termos de volume de crescimento da economia mundial, o BRICS responde por mais da metade do volume de crescimento. Então, se a média dos países, outros países grandes, economias de países ricos, está gerando em torno de 1,3%, no BRICS está gerando em torno de 3,5%, o que mostra que o BRICS tem um papel, eu diria, positivo na economia internacional, que beneficia não só os países em desenvolvimento, mas também os países ricos.

Repórter: O sherpa apresentou as cinco prioridades estabelecidas pelo Brasil para a presidência no BRICS em 2025.

Maurício Lyrio: Cooperação em saúde; Mudança do clima, com ênfase em financiamento; Comércio, investimento e finanças; Governança de inteligência artificial; e Desenvolvimento institucional do BRICS.

Repórter: Um dos pontos de destaque da coletiva foi a discussão sobre a possível criação de uma moeda comum do BRICS. O sherpa Mauricio Lyrio foi enfático ao afirmar que o tema não está em discussão no momento. 

Maurício Lyrio: Moeda do BRICS não é um tema que está sendo discutido. O que está sendo discutido, reitero, são formas de reduzir os custos de operações comerciais e financeiras entre os países do BRICS, que é uma coisa fundamental. Não se discutiu no BRICS a ideia de uma moeda BRICS, então há um certo equívoco sobre esse tema.

Repórter: Outro assunto central abordado pelo embaixador foi a questão do financiamento para o combate à mudança do clima. 

Maurício Lyrio: E as necessidades hoje avaliadas em grande medidas são de 1,3 trilhão de dólares para combater a mudança do clima. Os países emergentes em desenvolvimento, obviamente terão uma posição, eu diria, muito vocal e espero que unificada, consensual em relação a esse tema. Daí a prioridade.

Repórter: Lyrio destacou a importância de consolidar a estrutura institucional do grupo.

Maurício Lyrio: Isso sempre com o espírito que é muito claro da presidência brasileira e também é uma determinação, uma instrução muito clara do presidente Lula de que essas presidências brasileiras tenham resultados muito concretos.  Tivemos resultados concretos no G20, inclusive com a Aliança Global Contra a Fome. O objetivo é também ter na presidência do BRICS alguns resultados que incidem diretamente sobre o bem-estar da população e lidam com temas básicos em termos de desenvolvimento social, econômico e ambiental.