BOLETIM BRICS

Boletim BRICS Brasil #30 - BRICS fortalece cooperação anticorrupção em reunião liderada pela CGU

Com foco em integridade climática, recuperação de ativos e tecnologia, Brasil destaca avanços e propõe ações conjuntas para Cúpula do BRICS e COP30. Ouça a reportagem e saiba mais.

Na abertura da reunião, a secretária-executiva da CGU, Eveline Brito, diz que o BRICS, vive realidades diversas, mas que os países compartilham um compromisso com o crescimento sustentável | Foto: Rafa Neddermeyer/BRICS Brasil/PR
Na abertura da reunião, a secretária-executiva da CGU, Eveline Brito, diz que o BRICS, vive realidades diversas, mas que os países compartilham um compromisso com o crescimento sustentável | Foto: Rafa Neddermeyer/BRICS Brasil/PR

Reportagem Leandro Molina / leandro.molina@presidencia.gov.br

Repórter: Sob a liderança brasileira, a Controladoria-Geral da União (CGU) realizou em Brasília as discussões do Grupo de Trabalho Anticorrupção do BRICS. O encontro, na capital federal, reuniu representantes de alto escalão dos países-membros do BRICS para alinhar estratégias de integridade pública, prevenção à corrupção, recuperação de ativos e governança climática. A secretária-executiva da CGU, Eveline Brito, destacou que o Brasil, como anfitrião da COP30, a ser realizada em Belém, em novembro, pretende incluir a integridade climática nas negociações globais. 

Eveline Brito: Há uma preocupação muito grande em relação às mudanças climáticas, porque são as populações com menor capacidade, com menor resiliência, que serão mais afetadas, já são mais afetadas. E a corrupção mina recursos e faz com que haja um aumento da desigualdade social. 

Repórter: A Rússia compartilhou experiências em monitoramento de crimes ambientais. Natalia Primakova, conselheira do Departamento de Novos Desafios e Ameaças do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, destacou conquistas que unificaram metodologias de investigação e treinamento anticorrupção.

Natalia Primakova: Estamos focados principalmente na coordenação das agendas de anticorrupção internacional. Tentamos formular tópicos específicos, como recuperação social, que tem sido um trabalho permanente. O consenso é nosso método, mas a urgência é nossa motivação.

Repórter: As discussões também se concentram em soluções tecnológicas para integridade, inteligência artificial para detectar fraudes em grandes volumes de dados e proteção por meio de plataformas seguras. A China falou de casos de cidades inteligentes onde sensores e algoritmos previnem desvios em tempo real, enquanto a Índia apresentou seu sistema de pagamentos digitais por autenticação facial, que reduziu corrupção em programas sociais. Já a África do Sul apresentou casos de sucesso em recuperação de terras degradadas. O Brasil detalhou avanços da Política Nacional de Recuperação de Ativos. Só em 2024, o país recuperou R$ 2,3 bilhões em ativos ligados à corrupção.

A chefe da Assessoria Especial para Assuntos Internacionais da CGU, Elizabeth Cosmo, destacou o impacto da corrupção em políticas ambientais e a necessidade de combater desvios de recursos. 

Elizabeth Cosmo: A corrupção mina recursos e faz com que haja um aumento da desigualdade social. Então reuniões como essa em que países se solidarizam, ajudam a fazer com que essa justiça social seja de alguma forma pensada e garantida.

Repórter: O grupo deve manter a recuperação de ativos como eixo prioritário até a Cúpula do BRICS, em julho.