Boletim BRICS Brasil #37 - BRICS aprova Declaração Conjunta por comércio global mais justo e inclusivo
Contra a maré protecionista, BRICS ergue bandeira do comércio inclusivo: os ministros de Comércio do grupo fecham acordo sobre a reforma da OMC, economia digital e Parceria Econômica 2030. Ouça reportagem e saiba mais.
Reportagem Inez Mustafa | inez.mustafa@presidencia.gov.br
Repórter: Em reunião ministerial em Brasília, os ministros do Grupo de Questões Econômicas e Comerciais dos países do BRICS aprovaram Declaração Conjunta. Ela possui três eixos prioritários: o fortalecimento do sistema multilateral e a reforma da Organização Mundial do Comércio, a renovação da Estratégia para Parceria Econômica do BRICS 2030 e a economia digital. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços comandou as reuniões do grupo.
Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil e ministro do desenvolvimento, afirma que os temas debatidos entre os países do BRICS promovem comércio global mais justo, inclusivo e eficaz, pois o mundo vive momento de aumento de medidas econômicas protecionistas. Segundo Alckmin, essas medidas causam tensões e rupturas no comércio global, aumentando as desigualdades sociais entre os países.
Geraldo Alckmin: Hoje, não estamos apenas reunidos em torno de mesas de negociação, mas da possibilidade de um futuro mais próspero. Tenho plena confiança que as nossas discussões, pautadas pela cooperação e pelo compromisso com o bem comum, resultam avanços significativos para o comércio e o investimento globais.
Repórter: Maria Laura da Rocha, secretária-geral das Relações Exteriores do Brasil, destaca a posição única do BRICS, para responder aos desafios globais, com destaque ao desenvolvimento do Sul Global.
Maria Laura da Rocha: Temos como prioridades temas que possam ter impacto direto na vida de nossos cidadãos, como a maior integração de nossas economias, facilitando o comércio e os investimentos entre os países do BRICS.
Repórter: Os ministros aprovaram a Declaração do BRICS para a Reforma da Organização Mundial do Comércio e o Fortalecimento Sistema de Comércio Multilateral. Para os países do grupo, essa reforma é necessária para refletir as mudanças da economia global, já que Brasil, África do Sul, Arábia Saudita, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Índia, Indonésia, Irã e Rússia representam 39% da economia global e 24% do comércio internacional.
Para Yashvir Singh, consultor econômico do Ministério do Comércio e da Indústria da Índia, a declaração demonstra a importância de promover sistema de comércio multilateral inclusivo, equitativo e transparente.
Yashvir Singh: Ele diz que como as principais reformas não estão sendo realizadas com facilidade, especialmente a restauração do Órgão de Apelação da Organização Mundial do Comércio, os ministros propuseram algumas reformas incrementais, para melhorar o funcionamento da organização, dos comitês e dos conselhos da organização.
