Boletim BRICS Brasil #48 - “Não há justiça climática sem justiça urbana e social”, afirma ministro Jader Barbalho Filho durante reunião do BRICS
Ministros discutem urbanização sustentável, habitação e financiamento climático durante fórum em Brasília. Ouça a reportagem e saiba mais.

Reportagem: Maiva D’Auria / BRICS Brasil
Locução: Bárbara Bezerra/ BRICS Brasil
Repórter: Os ministros dos países do BRICS se reuniram nessa segunda-feira, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, para discutir soluções sustentáveis e o enfrentamento da crise climática nos centros urbanos. Na abertura da reunião, o ministro das Cidades do Brasil, Jader Barbalho Filho, destacou o papel das políticas públicas na redução das desigualdades sociais e no combate aos desafios provocados pela mudança do clima.
Jader Barbalho Filho: As cidades precisam ser protagonistas na resposta global à crise climática, à desigualdade social e aos desafios do desenvolvimento sustentável. Não há justiça climática sem justiça urbana e social.
Repórter: Em sua fala, o ministro reconhece que as populações vulneráveis que vivem nas cidades acabam sendo as mais afetadas pelos eventos extremos e que por esse motivo é necessária uma estratégia de desenvolvimento urbano que lide com as questões ambientais.
Jader Barbalho: As inundações, as ilhas de calor, o déficit de moradia, o saneamento insuficiente e os riscos de desastres recaem todos sobre os territórios urbanos onde vivem as populações mais vulneráveis. Por isso, defendemos e estamos construindo no Brasil – e queremos compartilhar com o BRICS – uma estratégia de desenvolvimento urbano que coloca as cidades no centro da ação climática.
Repórter: O Fórum de Urbanização do BRICS, como foi chamado o evento, debateu soluções como parcerias público-privadas e modelagens inovadoras de financiamento, que seriam empregadas na redução de déficit habitacional e na construção de obras de infraestrutura resilientes a desastres climáticos. Presidente do instituto Nacional de Ordenamento Territorial e Urbano de Cuba , Raul Acosta Gregorich, comentou sobre a estratégia do país caribenho para melhorar as condições de moradia da população menos favorecida.
Raul Acosta Gregorich: Ele disse que o governo cubano está desenvolvendo um programa de intervenção em bairros vulneráveis para garantir habitações mais adequadas aos moradores. Gregorich ressalta, no entanto, que Cuba apresenta um índice de precariedade urbana de 5,7%, o menor da América Latina. O país, porém, pretende atingir, até 2030, a meta da ONU e reduzir esse índice para 3%.
Repórter: Participaram do Fórum de Urbanização os países-membros oficiais do BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia e Indonésia, além dos países parceiros Cuba, Bolívia e Nigéria.