BOLETIM DE RÁDIO BRICS BRASIL

Boletim BRICS Brasil #52 - No Rio de Janeiro, nações do BRICS escrevem o futuro do Sul Global

Diplomatas costuram os últimos detalhes para a Cúpula de Líderes no MAM. Documentos e declarações sobre clima, saúde e tecnologia mostram que as decisões deste ano vão além da política. Ouça a reportagem e saiba mais.

A 17ª Cúpula de Líderes acontece nos dias 6 e 7 de julho, no Museu de Arte Moderna do Rio, onde os 11 países-membros, 10 nações parceiras e países convidados escrevem o futuro do Sul Global. Foto: Rafa Neddermeyer/BRICS Brasil/PR
A 17ª Cúpula de Líderes acontece nos dias 6 e 7 de julho, no Museu de Arte Moderna do Rio, onde os 11 países-membros, 10 nações parceiras e países convidados escrevem o futuro do Sul Global. Foto: Rafa Neddermeyer/BRICS Brasil/PR

Reportagem: Inez Mustafa /  BRICS Brasil

Repórter: O Rio de Janeiro está no centro das atenções globais. Nesta semana, a cidade sedia parte de um evento que pode definir o futuro de bilhões de pessoas. Até o dia 4 de julho, diplomatas de alto nível se reúnem no Encontro de Sherpas do BRICS – e sim, o nome é inspirado nos guias do Himalaia, porque esses profissionais são verdadeiros especialistas em abrir caminhos para o consenso entre as nações.

Mas o grande destaque mesmo vem nos dias 6 e 7 de julho, quando o Museu de Arte Moderna, o MAM Rio, vira palco da 17ª Cúpula de Líderes do BRICS. E olha só que peso: o grupo agora reúne 11 países membros – como Arábia Saudita, Irã e Etiópia – mais 10 países parceiros, representando 39% da economia global. Também participam da Cúpula países convidados pelo Brasil. E o que está em jogo? A embaixadora Paula Barboza, do Ministério das Relações Exteriores, adianta os documentos que estão sendo costurados.

Embaixadora Paula Barboza ajuda  a costurar os últimos detalhes para a Cúpula de Líderes, durante a reunião de Sherpas. Foto: Rafa Neddermeyer/BRICS Brasil/PR
Embaixadora Paula Barboza ajuda a costurar os últimos detalhes para a Cúpula de Líderes, durante a reunião de Sherpas. Foto: Rafa Neddermeyer/BRICS Brasil/PR

Paula Barboza: Essa reunião vai marcar a finalização do processo negociador dos principais textos para a cúpula dos líderes. Entre os principais textos nós temos, claro, a Declaração de Líderes, que é o grande documento de uma cúpula de líderes do BRICS. E temos ainda três outras declarações. Uma declaração sobre financiamento climático. Temos uma sobre parceria para a eliminação das doenças socialmente determinadas e ainda um documento sobre governança da inteligência artificial. 

Repórter: Você sabia que o BRICS representa quase metade da população mundial? Pois pensando nisso, o Brasil colocou as necessidades da população no centro dos debates. Saúde pública, emprego na era digital, como enfrentar juntos a mudança do clima foram temas centrais da presidência brasileira do BRICS. O sherpa e embaixador Mauricio Lyrio explica.

Mauricio Lyrio: Como em todo agrupamento internacional, a ênfase do Brasil no desenvolvimento social e econômico é muito forte. O Brasil quer um BRICS muito voltado para os interesses da população e nesse aspecto representados, a população é representada por um país que tem essa capacidade também de estabelecer o diálogo entre os mais diversos grupos. 

Repórter: Enquanto os líderes do BRICS se reúnem no Rio, o que está em jogo vai muito além de números e declarações políticas. São vidas reais sendo impactadas: o acesso a medicamentos, o equilíbrio dos preços dos alimentos, a tecnologia que pode incluir ou excluir cidadãos. A Cúpula do BRICS não é só uma reunião de governos, mas uma chance concreta de redesenhar um futuro onde desenvolvimento e dignidade andem juntos.