Boletim BRICS Brasil #65 - Presidente Lula discute clima, saúde global e financiamento sustentável na abertura da 3ª sessão do BRICS Brasil, no Rio de Janeiro
No BRICS, o presidente brasileiro critica o negacionismo climático e defende saúde global, transição energética e financiamento para países em desenvolvimento. Ouça a reportagem e saiba mais.

Reportagem: Leandro Molina / BRICS
Repórter: Na abertura da terceira sessão do BRICS Brasil, aqui no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou temas do Meio Ambiente, COP30 e Saúde Global. Em seu discurso, o presidente brasileiro disse que os regimes multilaterais de clima e de saúde foram palco de grandes esforços de mobilização do Sul Global. Ele citou que as três convenções da ONU adotadas aqui no Rio de Janeiro, em 1992, colocaram o desenvolvimento sustentável no centro dos debates sobre o futuro do planeta.
Lula: Mesmo sem o passivo histórico dos países desenvolvidos, os membros do BRICS não deixaram de fazer a sua parte. Na Organização Mundial da Saúde e na Organização Mundial do Comércio, lutamos juntos pelo acesso a medicamentos e vacinas essenciais para vencer a epidemia de HIV/Aids, a malária, a tuberculose e outras mazelas que afetam, principalmente, os países mais vulneráveis.
Repórter: Em relação ao clima, o presidente Lula disse que o negacionismo e o unilateralismo estão corroendo avanços do passado e sabotando nosso futuro.
Lula: O aquecimento global ocorre em ritmo mais acelerado do que o previsto. As florestas tropicais estão sendo empurradas para seu ponto de não retorno. Uma década após o Acordo de Paris, faltam recursos para a transição justa e planejada, essencial para a construção de um novo ciclo de prosperidade. Os países em desenvolvimento serão os mais impactados por perdas e danos.
Repórter: Lula argumentou que será preciso triplicar energias renováveis e duplicar a eficiência energética.
Lula: É inadiável promover a transição justa e planejada para o fim do uso de combustíveis fósseis e para zerar o desmatamento. Faz parte desse desafio viabilizar os meios de implementação necessários, hoje estimados em 1,3 trilhão de dólares. A Declaração-Quadro sobre Finanças Climáticas do BRICS, que adotamos hoje, apresenta fontes necessárias e modelos alternativos para o financiamento climático.
Repórter: O presidente brasileiro disse que é urgente recuperar o protagonismo da Organização Mundial da Saúde como foro legítimo para o enfrentamento às pandemias e na defesa da saúde dos povos.
Lula: O BRICS está apostando na ciência e na transferência de tecnologias para colocar a vida em primeiro lugar. No Brasil e no mundo, a renda, a escolaridade, o gênero, a raça e o local de nascimento determinam quem adoece e quem morre.
Repórter: Por fim, o presidente Lula falou que não há direito à saúde sem investimento em saneamento básico, alimentação adequada, educação de qualidade, moradia digna, trabalho e renda. Ele finalizou dizendo que a Parceria pela Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas, que será hoje, propõe superar essas desigualdades sistêmicas com ações voltadas para infraestrutura física e digital e para o fortalecimento de capacidades.