BRICS avança na criação de mecanismo próprio de garantia financeira para ações de desenvolvimento sustentável
Inovação facilitará iniciativas de transição energética, infraestrutura resiliente e promoção de renováveis no Sul Global. Vice-ministros de Finanças e representantes de bancos centrais acertam os últimos detalhes antes da Reunião Ministerial de Finanças deste sábado
Por Mayara Souto / BRICS Brasil
A reunião técnica de Finanças, com vice-ministros e representantes de bancos centrais, foi concluída nesta sexta-feira, 4/7, com o indicativo de um novo acordo entre os países do BRICS para a criação de um mecanismo de garantia financeira multilateral que beneficiará ações em prol do desenvolvimento sustentável, como a transição energética, a promoção de energias renováveis e o fortalecimento da infraestrutura resiliente.
“Tivemos uma sessão conjunta sobre financiamento climático da COP30 em que nós falamos da agenda que foi desenvolvida ao longo do semestre. Nós temos uma nota técnica sobre financiamento climático na qual buscamos atuar de forma convergente entre os Ministérios da Fazenda e os bancos centrais para oferecer insumos para a Declaração de Líderes”, explicou Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda.
"Dentro dessa agenda tem alguns mecanismos específicos como o de garantias do BRICS para incentivar investimentos na agenda climática, incluindo infraestrutura resiliente, soluções baseadas na natureza, adaptação e transição energética”, complementou Rosito.
A secretária explicou que o mecanismo é uma forma de aumentar os recursos para os países-membros do BRICS e reduzir o custo de capital por conta da redução de riscos financeiros. O modelo funciona de forma similar à Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA, na sigla em inglês) do Banco Mundial, que oferece garantia de créditos para promover o investimento em países em desenvolvimento.
A oficialização do mecanismo ocorrerá neste sábado (5), na reunião dos ministros da Fazenda do BRICS. Os termos sobre como a ferramenta atuará e quais as garantias ofertadas serão debatidos nos próximos meses, após a chancela ministerial. Quanto à agenda ambiental, rumo à COP30, também está em debate o mercado de carbono.