BRICS Brasil celebra parceria para a produção de boletins de rádio em línguas indígenas
A iniciativa em colaboração com a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) fortalece a identidade cultural dessas comunidades, bem como o direito à comunicação e à informação em suas línguas maternas. Serão produzidos boletins em guarani e terena.

Pensando a Comunicação Social não apenas como mera ferramenta de difusão de informação, mas como instituição de construção da realidade, potencial para democratização de espaços e temas, é que a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SECOM/PR) celebra uma iniciativa inédita. Em parceria com a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), do estado do Mato Grosso do Sul (MS), serão produzidos boletins de rádio em línguas indígenas, respectivamente guarani e terena, no escopo do BRICS Brasil. O conteúdo, que será traduzido e gravado por colaboradores indígenas vinculados à Universidade, será divulgado nos canais oficiais do BRICS Brasil e pela Rede Nacional de Rádio, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
O país reconhece mais de 270 línguas indígenas vivas, algumas das quais também são faladas em outros territórios americanos. Ao incluir e valorizar essas línguas, fortalece-se não apenas a identidade cultural dessas comunidades, mas também o direito à comunicação e à informação em suas línguas maternas, um princípio garantido pela Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas.
“É muito importante dar visibilidade para que a língua alcance esses espaços, trazendo informações também reforçamos a comunicação entre os jovens, pois a língua guarani é uma das mais faladas. Poder traduzir em línguas indígenas as informações fortalece a identidade indígena, que traz junto o conhecimento da nossa ancestralidade”, reforça Kelly Duarte Vera, indígena guarani que integra o time de tradução.
Jailson Joaquim, indígena terena, que também atua no projeto, vai ao encontro da colega ao destacar que a valorização de línguas indígenas em eventos internacionais contribui na preservação e revitalização desses idiomas, muitos dos quais estão em risco de extinção. “A tradução de conteúdos em terena, por exemplo, não só enriquece o evento com novas perspectivas, mas promove um compromisso com a justiça social e os direitos humanos, reconhecendo a sua importância, além de dar visibilidade a essas línguas no cenário mundial”, diz ele.
A iniciativa repercute o sucesso da parceria entre a UFGD e a presidência brasileira do G20 no último ano, e se estende também a conteúdos da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes).