VISITA TÉCNICA

Encontro de cientistas do BRICS de Biotecnologia e Biomedicina marca avanço em parcerias internacionais

Um documento conjunto foi elaborado e será encaminhado aos ministérios de Ciência e Tecnologia dos países-membros

Grupo de Trabalho visita o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais. Foto: Divulgação CNPEM
Grupo de Trabalho visita o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais. Foto: Divulgação CNPEM

Por MCTI e CNPEM

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação reforçou sua colaboração com a diplomacia científica internacional ao coordenar, nos dias 14 e 15 de maio, a 6ª Reunião do Grupo de Trabalho do BRICS em Biotecnologia e Biomedicina, incluindo Saúde Humana e Neurociência. O encontro, realizado no campus do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais), em Campinas (SP), contou com a participação de delegações do Brasil, da Rússia, da Índia, da China, dos Emirados Árabes Unidos e do Irã.

Durante os dois dias de programação, foram discutidos temas estratégicos como ensaios clínicos multicêntricos, preparação para novas pandemias, doenças mentais e cognitivas, tecnologias para doenças emergentes, bioética e neuroética, biotecnologia agrícola e segurança alimentar.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos,  mandou uma mensagem em vídeo para o grupo. “É com grande satisfação que o governo brasileiro volta a assumir a presidência do BRICS e, de modo especial, o MCTI tem a honra de coordenar novamente os diálogos no campo da ciência, tecnologia e inovação.  A cooperação no âmbito do BRICS é, na visão do Brasil, a mais dinâmica e sólida de todo o agrupamento”, afirmou.

O diretor do departamento de Programas Temáticos do MCTI, Leandro Pedron, avaliou o encontro como produtivo.  “Consolida a cooperação entre os países do BRICS na área de C&T para a saúde e biotecnologia. Um dos pontos altos foi a definição de prioridades conjuntas para o próximo edital do BRICS STI Framework Programme, com temas estratégicos como neurotecnologia, medicina avançada, doenças emergentes, e biotecnologia aplicada à agricultura e ao clima”, pontuou.

Para a diretora do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), do CNPEM, Maria Augusta Arruda, o encontro marcou um avanço concreto na consolidação das parcerias internacionais. “É impressionante ver o avanço desse grupo que, já há anos, vem se reunindo. Houve uma reunião aqui no CNPEM em 2019 e ver esse reencontro agora, com alguns dos participantes retornando, torna essa edição ainda mais auspiciosa. Apesar de nem todos estarem presentes na edição pré-pandêmica, a memória daquele primeiro encontro fortaleceu os laços e deu continuidade ao trabalho conjunto”, avaliou.

Ao final, todos os países presentes assinaram um resumo oficial da reunião, que será encaminhado aos ministérios de Ciência e Tecnologia dos países-membros e apresentado em encontro de alto nível com os ministros da área nos próximos meses. Dentre os principais resultados, foi destacado o avanço de um projeto do grupo voltado para neurociência, liderado pela Rússia.

No encontro, delegações sugeriram formar um grupo de trabalho entre agências reguladoras para harmonizar diretrizes éticas e regulatórias em ensaios clínicos. Foto: Divulgação CNPEM
No encontro, delegações sugeriram formar um grupo de trabalho entre agências reguladoras para harmonizar diretrizes éticas e regulatórias em ensaios clínicos. Foto: Divulgação CNPEM

A programação incluiu sessões técnicas moderadas pelas delegações do Brasil e da Rússia, além de visitas às instalações científicas do CNPEM, como o Sirius – uma das mais avançadas fontes de luz síncrotron do mundo – e o futuro complexo laboratorial para pesquisas em patógenos Orion, que prevê instalações de máxima contenção biológica (NB4) inéditas na América Latina.

Segundo diretor do MCTI, Leandro Pedron, também houve um consenso importante em torno de iniciativas futuras, como a recomendação de criação de uma plataforma digital para troca de informações entre os países e a sugestão de formar um grupo de trabalho entre agências reguladoras para harmonizar diretrizes éticas e regulatórias em ensaios clínicos.

“No geral, o encontro reforçou o compromisso dos países em avançar juntos em temas sensíveis e de alta relevância para a saúde pública e a inovação tecnológica”, concluiu o diretor.

Criado em 2016, o Grupo de Trabalho em Biotecnologia e Biomedicina do BRICS busca fomentar parcerias científicas para enfrentar desafios globais relacionados à saúde, inovação e sustentabilidade. A edição de 2025 reforçou a ampliação de temas abordados, incluindo a biotecnologia agrícola, e consolidou a importância da ciência como ponte para a construção de um futuro mais justo e resiliente.