Grupo do BRICS debate uso ético e inclusivo da inteligência artificial na educação
Seminário virtual reuniu especialistas para compartilhar experiências, com foco em formação docente e gestão escolar. Encontro ministerial ocorrerá em junho.
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Os potenciais e os desafios das novas tecnologias na educação pública foram tema de agenda de um dos grupos do BRICS, com protagonismo do Brasil. O Ministério da Educação (MEC) organizou o primeiro seminário virtual da atual presidência brasileira do BRICS-Educação. Com o tema “Adoção ética e inclusiva da inteligência artificial na educação básica: compartilhando padrões”, o evento permitiu que os participantes conhecessem mais de perto a forma como cada país do BRICS tem lidado com a pauta. Além do Brasil, especialistas da China, da Etiópia, da Indonésia, da Rússia, dos Emirados Árabes Unidos e da África do Sul apresentaram suas experiências.
A diretora de Apoio à Gestão Educacional da Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC, Anita Stefani, abriu o encontro informando que o MEC desenvolve estratégias, como cursos e o referencial de saberes digitais docentes, para que a inteligência artificial (IA) favoreça e amplie oportunidades, sem deixar a equidade de lado. “Entendemos que professores e gestores escolares devem se apropriar do potencial tecnológico da IA de forma crítica e produtiva, e, por isso, o trabalho com adaptação curricular e formação é fundamental”, explicou. A diretora ainda agradeceu a participação dos representantes, que, segundo ela, enriqueceram o debate sobre o assunto no país. “Foi útil ouvir mais sobre essas experiências externas, neste momento em que o Brasil também procura avançar em suas políticas de educação digital e na discussão sobre IA na educação”, concluiu.
A utilização da IA no âmbito dos processos de ensino e aprendizagem e na gestão escolar foi destacada por Fernando Filgueiras, diretor de Informações Estratégicas e Inovação da Secretaria de Gestão da Informação, Inovação e Avaliação de Políticas Educacionais (Segape) do MEC. Segundo ele, foi interessante entrar em contato com uma diversidade de experiências sobre pesquisa, desenvolvimento e uso de IA. “Todos estão procurando incorporar a inteligência artificial nas escolas de alguma forma, atentos a como professores podem usar a tecnologia como instrumento para aprimorar a educação”, observou Filgueiras.
O assessor especial para Assuntos Internacionais do MEC, Francisco Figueiredo de Souza, destacou que o seminário deu continuidade a debates sobre o uso de ferramentas digitais na educação, conduzidos no âmbito do BRICS em anos anteriores. Ademais, ressaltou que o tema da IA foi identificado pela Presidência da República do Brasil como uma prioridade para o BRICS como um todo, sendo objeto de discussões também em outros grupos de trabalho além do educacional, como aqueles dedicados às áreas de emprego e ciências. “O que queremos é que as novas ferramentas corrijam as desigualdades, ao invés de aprofundá-las”, defendeu Souza.
Ainda participou do evento, em comentário sobre o contexto brasileiro, o professor Seiji Isotani, da Universidade de São Paulo (USP). O seminário integra a agenda de atividades previstas pelo MEC para os BRICS, que culminará na reunião de ministros da Educação em junho deste ano. Para o MEC, a atual presidência brasileira do BRICS-Educação representa uma oportunidade para ampliar parcerias internacionais, explorar soluções inovadoras e compartilhar experiências com nações que enfrentam desafios educacionais semelhantes.
BRICS – Originalmente formado em 2009 por Brasil, Rússia, Índia e China; em 2011, o BRICS ganhou a adesão da África do Sul. Em 2024, foi anunciada a adesão de novos membros: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. Indonésia aderiu ao grupo em 2025. No campo educacional, as reuniões ministeriais tiveram início em 2013, promovendo colaborações que visam enfrentar desafios comuns.
Informações: Assessoria de Comunicação Social do MEC