Reunião do BRICS debate impactos da Inteligência Artificial para os trabalhadores
Inteligência Artificial (IA), trabalhadores, em especial os mais idosos e as mulheres, e o futuro dos empregos foram temas de discussão da reunião técnica do BRICS. A nova tecnologia não é um bicho de sete cabeças, mas é preciso investir na capacitação dos trabalhadores para a nova realidade.

A primeira reunião técnica do BRICS tratou de questões relacionadas ao mundo do trabalho, como a influência da Inteligência Artificial (IA) para o futuro dos empregos em encontro realizado nestas quarta e quinta-feira, 12 e 13/2, por videoconferência sediada em Brasília. De acordo com Maíra Lacerda, chefe da Assessoria Internacional do Ministério do Trabalho e Emprego, os debates foram orientados pelo fortalecimento da cooperação entre os países do grupo, conforme o lema da presidência brasileira do BRICS.
Diante disso, Lacerda pontuou que é necessário desenvolver políticas de proteção social para apoiar os trabalhadores que podem perder seus empregos por conta da Inteligência Artificial, em especial, idosos, mulheres e pessoas de grupos sociais em situação de vulnerabilidade.

A reunião foi coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil (MTE) e abordou também os impactos da mudança do clima no trabalho e os caminhos para uma transição justa. Além da necessidade de promoção, pelos setores públicos e privados, da capacitação e atualização das habilidades dos trabalhadores para responder à nova conjuntura sócio climática e digital. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) também participou do encontro.
Segundo Maíra, não existe medo da inteligência artificial no grupo, todos estão de acordo que não é um bicho de sete cabeças. O que existe é o debate de como fornecer meios para preparar as pessoas para lidar com a IA.
“Nós temos países muito diferentes no grupo, mas como estamos preocupados em proteger os trabalhadores diante das mudanças, e sobre a ética e a inteligência artificial, faço um balanço positivo. Estamos todos na mesma página. A transformação digital é um meio para promover novos setores econômicos e tem potencial para gerar novas oportunidades de emprego”, afirmou.
Como resultado dos debates do grupo de trabalho sobre Emprego do BRICS, espera-se apresentar uma declaração voltada para políticas concretas que fortaleçam a cooperação entre os países do Sul Global nesta agenda.
Inteligência Artificial na agenda do BRICS
No campo da Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI), a presidência brasileira dará destaque para a Inteligência Artificial (IA) em suas mais diversas faces, passando pela governança até aspectos mais técnicos relacionados a essa nova tecnologia. A cooperação em CTI terá como orientação a busca por garantias de que os avanços tecnológicos, especialmente no campo da IA, beneficiem de maneira equitativa todos os países, em particular aqueles em desenvolvimento, defendendo o respeito aos direitos humanos, a proteção de dados pessoais e a integridade das informações.
A promoção da inovação industrial é outra prioridade para a presidência brasileira, com foco no fortalecimento da colaboração entre universidades, empresas e parques tecnológicos, além de estratégias para transferência de tecnologia.