CONTRATERRORISMO

Uso de inteligência artificial e redes sociais por terroristas preocupa países do BRICS

Grupo de Trabalho de Contraterrorismo do BRICS, coordenado pela ABIN, defende cooperação na construção de capacidades para enfrentamento ao extremismo violento

Intenção do GT é que os países do foro estejam preparados a enfrentar o terrorismo de forma antecipada e preventiva - Foto: Rafa Neddermeyer/Brics Brasil/PR
Intenção do GT é que os países do foro estejam preparados a enfrentar o terrorismo de forma antecipada e preventiva - Foto: Rafa Neddermeyer/Brics Brasil/PR

Por ABIN | Ascom

A necessidade de atualização de mecanismos de resposta diante do uso de novas ferramentas tecnológicas da internet para fins terroristas é uma realidade comum aos países do BRICS. O Grupo de Contraterrorismo, coordenado pela ABIN, em Brasília, aprofundou os debates sobre o tema nessa quinta-feira, 5 de junho. A intenção é que os países do foro estejam preparados a enfrentar o terrorismo de forma antecipada e preventiva. 

Organizações terroristas ao redor do mundo utilizam inteligência artificial, deep web, plataformas de redes sociais e jogos online para disseminar desinformação e propaganda ao terrorismo. O enfrentamento a esses novos desafios passa pela adaptação na resposta e pela construção conjunta de capacidades, de acordo com o GT. 

Brasil e Etiópia lideram o subgrupo de trabalho para construção de capacidades de ensino relacionado ao contraterrorismo. A diretora da Escola de Inteligência da ABIN, Anna Cruz, apresentou, durante a reunião, as oportunidades de cursos e treinamentos. "Esperamos que esta edição do BRICS promova novas ferramentas de construção de capacidades para estreitar nossa cooperação e aprofundar nosso conhecimento sobre essa ameaça. Nos próximos anos podemos desenvolver uma resiliência ainda maior contra o terrorismo e o extremismo violento", declarou a diretora. 

Protocolo de Prevenção de Ameaças 

Na sessão de boas práticas, a ABIN compartilhou com os países o novo "Protocolo de Prevenção de Ameaças do Extremismo Violento", lançado pela Agência também como instrumento de cooperação internacional. O documento traz uma análise estratégica do fenômeno e apresenta medidas de prevenção e de enfrentamento ao extremismo violento. 

A diretora substituta do departamento de Inteligência Externa da ABIN, Bárbara Lima, explicou que objetivo do trabalho é prevenir potenciais atos violentos. Ela citou como exemplo o aumento de casos de ataques em escolas no Brasil nos últimos anos, influenciados por subculturas violentas e transacionais do mundo digital. "O protocolo permite que instituições brasileiras elevem o nível de alerta e padronizem processos para otimizar esforços. Além disso, o documento diferencia ameaças extremistas de outras formas de violência", disse. No âmbito internacional, ela citou  existência de características comuns às várias dimensões do extremismo. 

GT de Contraterrorismo 

A 10ª Reunião do Grupo de Trabalho de Contraterrorismo do BRICS ocorrerá até o dia 6 de junho, em Brasília, no contexto da Presidência brasileira do BRICS em 2025. O BRICS é um agrupamento formado por onze países membros: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Serve como foro de articulação político-diplomática de países do Sul Global e de cooperação nas mais diversas áreas.