Boletim BRICS Brasil #33 - Em visitas à Rússia e à China Lula reforça papel do BRICS e defende multilateralismo e nova governança global
Em agendas na Rússia e China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o BRICS como motor do Sul Global, defendeu ordem multipolar, firmou parcerias estratégicas e promoveu o multilateralismo e o desenvolvimento sustentável. Ouça a reportagem e saiba mais.

Reportagem Leandro Molina / leandro.molina@presidencia.gov.br
Repórter: Em visitas à Rússia e à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva consolidou a imagem do Brasil como um ator central para o fortalecimento do BRICS e defensor de uma nova ordem internacional baseada na cooperação e reorganização das relações internacionais entre vários países.
Presidente Lula: Não é exagero dizer que, apesar dos mais de 15 mil quilômetros que nos separam, nunca estivemos tão próximos. O BRICS será, cada vez mais, um espaço fundamental de coordenação do Sul Global para a construção de um de uma ordem multipolar mais justa e eficaz.
Repórter: Essa foi a fala do presidente Lula ao presidente chinês Xi Jinping, destacando o papel do BRICS como plataforma fundamental para a articulação do Sul Global e a construção de uma ordem multipolar mais equilibrada. Em Pequim, Lula reforçou os laços com o principal parceiro comercial do Brasil, promovendo acordos bilaterais que totalizam R$ 27 bilhões em investimentos. Durante o Fórum Empresarial Brasil-China, Lula destacou que a parceria com a China vai além dos interesses comerciais e é decisiva para enfrentar desafios sociais, ambientais e tecnológicos.
Presidente Lula: Ao longo desta década, os laços entre a América Latina, o Caribe e a China se fortaleceram. A China já é o segundo maior parceiro comercial da CELAC e um dos mais importantes investidores direto na região. A parceria com a China é um elemento dinâmico para a economia regional.
Repórter: Lula reafirmou o compromisso brasileiro com o multilateralismo e destacou áreas prioritárias de cooperação, como transição energética, segurança alimentar, combate à pobreza e inovação tecnológica.
Presidente Lula: O Brasil está defendendo o fortalecimento do multilateralismo. Ou seja, humanizou o comércio entre os países, entre as nações. Querer voltar à teoria do protecionismo não interessa a ninguém a não ser quem propôs a ideia.
Repórter: No período de janeiro a abril de 2025, a China consolidou-se como o principal parceiro comercial. O dinamismo da balança comercial foi ainda mais visível no primeiro trimestre, com um intercâmbio de quase 39 bilhões de dólares. Antes de ir a Pequim, o presidente esteve na Rússia, onde participou das comemorações dos 80 anos do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial e se reuniu com o presidente Vladimir Putin. A visita foi marcada por diálogos sobre comércio, energia e tecnologia. Um dos principais focos das conversas foi o comércio bilateral, que em 2024 atingiu um recorde histórico de 12,4 bilhões de dólares.
Presidente Lula: A minha vinda aqui é para discutir comércio, para tentar equilibrar, porque nós trabalhamos com a ideia de que uma boa política comercial é uma via de duas mãos. A gente compra, a gente vende mais ou menos na mesma proporção para que ninguém seja prejudicado.
Repórter: Tanto na Rússia como na China, com acordos firmados e diálogos avançados em áreas críticas para o desenvolvimento nacional, o governo demonstrou que busca não apenas equilibrar sua balança comercial, mas também garantir que o país tenha voz ativa no BRICS e na construção de um mundo menos conflituoso e mais cooperativo.