BOLETIM DE RÁDIO BRICS BRASIL

Boletim BRICS Brasil #47 - Saúde do BRICS aprova parceria para eliminar doenças socialmente determinadas e fortalece cooperação para vacinas

O agrupamento também destacou a importância do acesso equitativo à saúde para todos. Representantes dos onze países-membros entraram em consenso sobre a Declaração de Ministros da Saúde, que será entregue aos chefes de Estado. Ouça a reportagem e saiba mais.

Representantes dos onze países-membros do BRICS debateram prioridades para a Saúde, durante reunião de Ministros da Saúde no Itamaraty, na terça-feira, 17/6 - Foto: João Risi / MS
Representantes dos onze países-membros do BRICS debateram prioridades para a Saúde, durante reunião de Ministros da Saúde no Itamaraty, na terça-feira, 17/6 - Foto: João Risi / MS

Reportagem: Mayara Souto | BRICS Brasil
Locução: Bárbara Bezerra| BRICS Brasil

Repórter: Representantes do BRICS aprovaram nesta semana a Declaração Ministerial da Saúde. Um dos destaques do texto é a parceria entre os onze países-membros para eliminar as chamadas Doenças Socialmente Determinadas. O documento será entregue aos chefes de Estado na reunião da Cúpula dos Líderes, nos próximos dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro. Fome, pobreza e acesso precário à moradia são exemplos de determinantes sociais  que impactam diretamente a saúde da população.O ministro brasileiro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou a  importância de os países do BRICS estarem atentos a essas questões. 

Alexandre Padilha: Sabemos que os determinantes sociais da saúde impactam os nossos países e regiões de maneiras distintas. Essa diversidade   exige respostas contextualizadas, sensíveis a realidades locais e capazes de enfrentar desigualdades estruturais com ações integradas.

Repórter: Doença de Chagas, malária, hanseníase e tuberculose estão fortemente relacionadas a determinantes sociais. A tuberculose recebe atenção especial dos países do BRICS, já que o grupo concentra mais de 50% dos casos do mundo. Em entrevista exclusiva ao site do BRICS Brasil, o ministro da Saúde da África do Sul, Aaron Motsoaledi, fala sobre a gravidade da doença.

Aaron Motsoaledi: Ele disse que a tuberculose tem cura e é uma doença que pode ser prevenida. Mas, já matou mais pessoas que todas as pandemias, incluindo, a peste bubônica, que assolou a Europa, a varíola, a malária,  a AIDS, COVID, febre amarela e a gripe. É  uma doença que mata de forma muito silenciosa, lentamente, mas com muita eficácia.

Repórter: O apoio à  consolidação do Centro de Produção e Desenvolvimento de Vacinas do BRICS também faz parte do documento assinado pelos ministros da Saúde. Sobre esse tema, o  presidente da Fiocruz, Mário Moreira, que também participou da reunião ministerial,  defendeu uma visão mais ousada do grupo.

Mário Moreira: E u acho que nós precisamos ser mais ousados e trabalhar numa perspectiva concreta de desenvolvimento de vacina, de escolher um alvo e trabalhar em torno dele, porque nós temos ativos complementares nesse bloco, que é muito largo, extenso e diverso e temos muitas questões sanitárias em comum que podem ser atacadas pelo desenvolvimento conjunto de uma vacina.

Repórter: A Declaração final de Saúde  recomenda ainda que a inteligência artificial (IA) e as ferramentas digitais sejam desenvolvidas e utilizadas de forma segura, ética e não discriminatória, com o objetivo de reduzir desigualdades, reforçar a soberania digital e melhorar o desempenho dos sistemas de saúde em diferentes contextos.