Boletim BRICS Brasil #55 - BRICS avança na criação de mecanismo próprio de garantia financeira para ações de desenvolvimento sustentável
Inovação facilitará iniciativas de transição energética, infraestrutura resiliente e promoção de renováveis no Sul Global. Vice-ministros de Finanças e representantes de Bancos Centrais acertam os últimos detalhes antes da Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Banco Centrais do BRICS. Ouça a reportagem e saiba mais.
Reportagem: Mayara Souto / BRICS Brasil
Locução: Leandro Molina / BRICS Brasil
Repórter: A reunião técnica de Finanças, com vice-ministros e representantes de bancos centrais, foi concluída nesta sexta-feira no Rio de Janeiro. O encontro apresentou um indicativo de um novo acordo entre os países do BRICS para a criação de um mecanismo de garantia financeira multilateral que beneficiará ações em prol do desenvolvimento sustentável, como a transição energética, a promoção de energias renováveis e o fortalecimento da infraestrutura resiliente, como explica Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda.
Tatiana Rosito: Houve sessão conjunta sobre financiamento climático da COP30 em que nós falamos da agenda que foi desenvolvida ao longo do semestre. Nós tivemos uma nota técnica sobre financiamento climático na qual buscamos atuar de forma convergente. Colocamos na trilha de finanças os temas climáticos como uma das prioridades, que é uma coisa nova. Atuamos em conjunto entre os Ministérios das Finanças e Bancos Centrais para oferecer insumos para a Declaração de Líderes.
Repórter: A secretária destacou que dentro dessa agenda tem alguns mecanismos específicos como o de garantias do BRICS para incentivar investimentos na agenda climática, incluindo infraestrutura resiliente, soluções baseadas na natureza, adaptação e transição energética.
Tatiana Rosito: Esse é um tema que vai continuar a ser discutido ao longo do segundo semestre. Nós tivemos um trabalho em torno de propostas ou das diretrizes para esse mecanismo de garantia do BRICS que vão continuar agora a ser implementadas e discutidas ao longo do próximo semestre. Ele é voltado para ampliar o financiamento através, sobretudo, de mecanismos de garantias que permitam incentivar, aumentar, ampliar os recursos e tornar reduzir o custo de capital para projetos de transformação ecológica.
Repórter: Os termos sobre como a ferramenta atuará e quais as garantias ofertadas serão debatidos nos próximos meses, após a chancela ministerial.
Tatiana Rosito: Tem vários instrumentos para reduzir risco. As garantias são uma delas, porque elas oferecem garantias para mitigar certos riscos. Então esse mecanismo, a exemplo da MIGA do Banco Mundial — sigla em inglês para Agência Multilateral de Garantia de Investimentos — ele cobriria certas garantias. As garantias específicas a serem cobertas, também estão sendo discutidas que tipo de garantia que você cobriria, garantias como por exemplo, de primeiras perdas, garantias referentes riscos de crédito, riscos políticos, riscos de mercado e outros. Então isso tudo está no menu que está sendo discutido, exatamente o que será esse mecanismo e onde ele ficará ancorado.
Repórter: A oficialização do mecanismo ocorrerá na reunião dos ministros da Fazenda do BRICS.
